quarta-feira, 28 de maio de 2014

Regras de conduta para uso de repetidoras do CRAM

Regras de conduta para uso de repetidoras do CRAM
ESTAS REGRAS SERVEM PARA QUALQUER REPETIDORA  
 
Por que precisamos de regras de conduta para utilizar uma repetidora?

Ninguém gosta de um monte de regras arbitrárias, mas compartilhar um bem comum como uma estação repetidora exige essa prática. Gostaríamos de acreditar que todos têm bom senso e se comportariam adequadamente sem necessidade delas, mas não é o caso. Temos que ter regras claras tanto para atender as expectativas dos que utilizam nossas repetidoras como para nós que as mantemos.
Um comportamento que pode ser irritante ou mesmo uma violação das regras para um pode não ser problema para outro. Por essa razão temos que ter regras claras e simples e para o que realmente importa. Não teremos aqui uma lista exata do que é permitido e do que não é, mas uma lista básica para uma convivência tranquila e saudável.
Nós entendemos que todos cometemos deslizes de vez em quando e não será por essa razão que alguém será reprendido em público, mas constantemente reincidir na quebra das regras acarretará as providencias necessárias para estabelecer a ordem.

Regras de Conduta:

1 – Sempre chame utilizando indicativos. Dessa forma quem está na escuta não terá dúvidas de que é um radioamador quem vai utilizar o repetidor, além disso desencorajar clandestinos.
2 – Evite falar com clandestinos. As vezes nos vemos nessa situação e o melhor a fazer é alertá-lo para que regularize sua situação e que permaneça apenas na escuta.
3 – Antes de entrar numa rodada certifique-se de que sabe quem são os participantes e qual o assunto em pauta. Não existe nada mais desagradável do que alguém interromper uma rodada sem ter a mínima ideia do assunto ou mesmo quem está participando dela.
4 – Se você não tem nada à acrescentar ao assunto em pauta talvez seja melhor não entrar. Entrando apenas para dizer “boa tarde” interrompe-se o QSO em andamento, e por educação, passarão novamente a palavra e você continuará sem ter o que dizer.
5 – Tenha um vocabulário adequado e isento de termos vulgares como palavrões e gírias. Lembre-se que embora a maioria absoluta dos radioamadores sejam do sexo masculino, junto com ele pode haver crianças e mulheres ouvindo.
6 – Não ofenda ou resolva desafetos pela repetidora. Utilize o telefone ou quem sabe faça–o pessoalmente. A repetidora não pode ser utilizada para promover discórdia entre radioamadores.
7 – Quando houver portadoras evite comentar na frequência. Faça de conta que não está atrapalhando. Se realmente estiver, invente uma desculpa e deixe a frequência. Quem dá portadoras adora saber o quanto está atrapalhando e o quanto você o odeia. Quanto mais você reclama mais satisfação ele tem. Se ele for ignorado, logo desistirá.
8 – Quando quiser discutir com alguém um assunto muito específico, prefira utilizar uma frequência direta.
9 – A repetidora não deve ser utilizada como palanque para discursos inflamados de qualquer natureza. Seu uso é para integração entre radioamadores e eventualmente comunicados emergenciais. Pessoas inteligentes falam de coisas e não de pessoas.
10 – Não utilize gírias ou vícios da Faixa do Cidadão. Gírias e vícios como “obrigado pela passagem de câmbio” não acrescentam conteúdo a nenhum comunicado. Evite-os a qualquer custo. Não utilize código Q em excesso. Esse código foi criado para facilitar comunicações quando o sinal é fraco ou mesmo em telegrafia. Com a alta fidelidade das comunicações locais em FM, isso é desnecessário.
11 – Radioamador que fala o quer normalmente coleciona desafetos, que notadamente resulta em portadoras. Por conta disso tendem a monitorar suas transmissões. Se realmente achar necessário monitorar a própria transmissão, aprenda o procedimento correto para poupar o ouvido alheio de realimentações e ruídos estridentes.

Por trás de toda repetidora há um radioamador Classe A responsável por ela perante a Anatel. É responsabilidade dele e dos mantenedores garantir que ela seja bem utilizada. Se a situação exigir, ela poderá ser desligada remotamente sem aviso prévio pelos responsáveis.
Manter uma estação repetidora funcionando demanda tempo e dinheiro, quando não riscos. Alguém devota esse tempo e esse dinheiro, portanto reflitam antes de criticar qualquer coisa. 

LABRE discute certificação e homologação de equipamentos com Anatel




A LABRE, Liga dos Amadores Brasileiros de Rádio Emissão, através do GDE, o Grupo ad-hoc de Gestão e Defesa Espectral da LABRE, participou de reunião em abril de 2014 na sede da Anatel em Brasília para discutir o processo de certificação e homologação para equipamentos de radioamador no Brasil. Na ocasião uma pequena palestra foi produzida pela LABRE para explicar alguns problemas que os radioamadores (usuários não comerciantes) estão enfrentando sobre o tema e sugerir soluções.
No Brasil todos os equipamentos de transmissão de rádio precisam de certificação e homologação com identificação do selo Anatel (exceto equipamentos artesanais de radioamador para uso próprio). O processo é regido pela Resolução n.242.
Para a agência homologar um transceptor é preciso que o interessado comprove a conformidade do equipamento de acordo a normas técnicas, que se dá formalmente pela expedição de declarações e certificações de conformidade.
A conformidade visa garantir a qualidade operacional do produto (supressão de harmônicos e espúrios, resistibilidade, compatibilidade eletromagnética, etc) e segurança ao usuário. As normas básicas constam na Resolução n.442.
Indústrias, comerciantes e usuários podem solicitar a certificação. No caso do Serviço de Radioamador, equipamentos fabricados antes de 31/12/1982 incluídos numa relação apresentada então pela LABRE estão isentos.
Dependendo do contexto, as certificações demandam ensaios em laboratório credenciado, com intermediação de um Organismo de Certificação designado pela Anatel. Em outros casos, a declaração de conformidade através do FCC-Grant ou FCC-ID é um documento aceito pela agência brasileira.
O problema está justamente que as declarações da FCC (Comissão Federal das Comunicações dos EUA) não contemplam equipamentos que transmitam exclusivamente nas faixas de HF (de 1,8 a 30 MHz) e com potência não superior a 200W, assim há um vazio processual para aqueles que desejam homologar um modelo de transceptor com estas características.
A LABRE propôs 3 saídas diante do arcabouço jurídico vigente: reconhecimento de aferições laboratoriais da ARRL (a associação nacional dos radioamadores nos EUA, cujos ensaios são expostos por meio de Reviews completos), o reconhecimento da certificação da Comunidade Europeia (CE), e a ampliação da lista de isenção citada acima, com alongamento de data limite.
A última proposta foi negada, mas foi aberta possibilidade das duas primeiras mediante comprovação de algumas documentações, como esclarecimento dos quesitos testados pela ARRL e as normas necessárias para a certificação CE.
A LABRE/GDE realizaram contatos e pesquisas para obtenção destas informações e já as compartilhou com a Anatel, em protocolo no início de maio de 2014. Neste momento a Anatel avalia os documentos e viabilidade das propostas.
Paralelamente o GDE está estudando os processos de certificações e homologações da Europa, EUA e Japão, para no momento oportuno de revisão de norma propor soluções mais adequadas e facilitadoras tanto para o governo quanto para os radioamadores que utilizam equipamentos sem fins comerciais.
Para saber mais sobre o atual processo de certificação e homologação no Brasil, ou mesmo um histórico recente das ações realizadas neste assunto, confira o excelente artigo redigido por Geraldo Travaglia (PY2OY) e o guia da LABRE/SP, disponíveis ou redirecionados na biblioteca do GDE:
Apesar do tema certificação e homologação não ser o escopo de atuação do GDE, o grupo tem se mobilizado para também contribuir com a LABRE nesta importante demanda.
Apoie a LABRE e o GDE na defesa e desenvolvimento do radioamadorismo. Para maiores informações visite http://www.radioamadores.org e http://www.labre.org.br