terça-feira, 15 de outubro de 2013

LABRE VOLTA A DISCUTIR ESPECTRO COM ANATEL



Objetivo é a atualização do PDFF nas bandas de radioamador e
manter interesse pela faixa dos 60 metros

http://www.radioamadores.org/news/news-2013/news-2013-17.pdf

A LABRE, Liga de Amadores Brasileiros de Rádio Emissão, através do GDE,
Grupo ad-hoc de Defesa Espectral, esteve presente na sede da ANATEL em
Brasília dia 08 de outubro de 2013 para reunião da CBC, a Comissão
Brasileira de Comunicações. As discussões foram sobre os posicionamentos
a serem assumidos pelo Brasil no próximo encontro do Comitê Consultivo
Permanente para Radiocomunicação (PCC.II) da Comissão Interamericana de
Telecomunicações (CITEL), que ocorrerá em novembro na Nicarágua. Em
pauta a agenda da Conferência Mundial de Rádio da UIT de 2015 (CMR-15).

Alguns tópicos afetam indiretamente faixas do Serviço de Radioamador,
como a expansão espectral do IMT (Internet Mobile Telecommunications) e
novas alocações para radares automotivos. Há ainda item específico sobre
atribuição secundária para radioamadores entre 5250 e 5450 kHz.

Após a reunião da CBC, a LABRE reativou com o setor de espectro da
agência as petições sobre atualização do Plano de Destinação de Faixas
de Frequências (PDFF) da ANATEL.

As atividades também marcaram o retorno do GDE em Brasília, com apoio da
LABRE/SP.

60 metros

A LABRE expôs que 42 países realizam operações experimentais entre 5250
e 5450 kHz ou em frequências específicas nos modos digitais, CW e fonia
SSB com máximo de 2,8 kHz de faixa passante e 100 W ERP.

No âmbito da UIT foram registradas contribuições dos governos do Canadá,
Reino Unido, Holanda, Noruega, China e Rússia sobre anexos do relatório
198 redigido em 2012 no encontro do grupo de trabalho WP5A (Serviços
Móveis Terrestres - exceto IMT - Acesso Sem Fio dos Serviços Fixos,
Serviços de Radioamador e Radioamador por Satélite).

Os anexos são documentos ainda em elaboração e revisão, mas que se
tornarão relatórios oficiais para a CMR-15. Eles caracterizam
tecnicamente as estações amadoras para estudos de compartilhamento
espectral, tratam de análises computadorizadas dos enlaces e informam
sobre monitoramentos para determinação da atual ocupação espectral.

A administração canadense apesentou vários documentos, entre eles a
previsão teórica dos enlaces em 5,3 MHz mediante diferentes condições de
propagação e os resultados de uma campanha de monitoramento automática
realizada em Ottawa, tendo como conclusão a baixa ocupação diurna da
banda, em contraposição à boa propagação noturna que aumenta a densidade
de estações, inclusive possivelmente do exterior.

A sugestão da LABRE aprovada na CBC/ANATEL foi uma Visão Preliminar do
Brasil na CITEL em apoio às experiências e estudos de compartilhamento.
Isso não significa que o Brasil já aprova a nova destinação de faixa aos
amadores, mas sinaliza que diante do contexto dos testes atuais, o
Brasil tem uma postura favorável de incentivo para que os estudos
continuem sendo realizados.

UHF e SHF

A expansão do IMT é prioridade da UIT e origem de conflitos entre os
atuais usuários (radiodifusão, satélites, radares, etc) e os possíveis
futuros usuários (telefonia celular) do espectro.

O Brasil adotou posição favorável para eleger 410-430 MHz, 1300-1525 MHz
e 3400-3600 MHz como faixas candidatas para IMT. Destas, a última é
parte da banda de 9 cm onde o Serviço de Radioamador é secundário. O
Brasil não apoia IMT entre 3600-4200 MHz, 698-870 MHz e até o momento
não tomou decisão sobre outras faixas acima dos 470 MHz. Estudos e
debates continuam.

6 milímetros

O espectro entre 71 e 84 GHz foi inicialmente atribuído na WARC-79,
cabendo aos radioamadores o segmento de 75,5 – 76 GHz como primário e 76
– 81 GHz como secundário, ambos considerados faixa dos 6 mm. A WRC-2000
retirou dos radioamadores o segmento entre 75,7-76 GHz, mas em
compensação concedeu 77,5 – 78 GHz como primário, sendo que a faixa
toda vai de 76 a 81 GHz (76 – 77,5 GHz e de 78 – 81 GHz como
secundários). Hoje as indústrias automotivas buscam instalar radares
neste segmento primário, o item 1.18 da CMR-15.

A IARU, União Internacional de Radioamadores, orientou as entidades
associadas para que, havendo compartilhamento, seja mantida a
primariedade dos amadores, caso contrário que a banda primária seja
compensada e realocada entre 71 e 84 GHz. A Anatel no momento não
considerou esta alternativa e privilegia estudos de compartilhamento. A
LABRE será posta em contato com os outros setores interessados neste
assunto no Brasil.

PDFF atualizado para as faixas de radioamadorismo

Após a reunião da CBC, a LABRE reativou com o setor de espectro da
agência as petições protocoladas no final de 2012 sobre atualização do
Plano de Destinação de Faixas de Frequências (PDFF) da ANATEL para os
segmentos do Serviço de Radioamador. Para as bandas existentes, a
proposta expande os 160 m, 80 m e 30 m. Em relação as últimas CMRs, já
incorporadas nas Regulações de Rádio da UIT, há incorporação dos 2200 m
e 660 m. Se aprovados, o Brasil finalmente seguirá as orientações
espectrais da UIT para a Região 2 (continente americano) nas bandas de
radioamador. A nova gestão do setor de espectro irá estudar o assunto. A
gestão anterior já tinha sinalizado positivamente por alguma decisão a
ser tomada ainda em 2013.

GDE/LABRE, 13 de outubro de 2013

Fonte: PY2ZX  Flávio